A partir de hoje teremos mais um colaborador neste espaço. O ilustre tem como nome Alfredo Pinto Coelho e é mondinense. Companheiro de outras lutas, passará a lutar também aqui. Deixo aqui, como texto introdutório, o artigo de opinião do Alfredo que está presente no jornal "O Basto". Com o pensamento livre atinge a ideia de centralizarmos administrativamente a região. Uma ideia que apoio na integra. De ler e recomendar: "Retalhos de Basto".
19 maio 2010
10 maio 2010
Dias de Maio de 2010
Por: Alfredo Pinto Coelho.
Entre o final da queima (dos fígados) dos estudantes universitários e a mudança de grupo sanguíneo, de muitos campeões, para S de Sagres , a poeira de naftalina causada pelas bandeiras e cachecóis a agravar a nuvem esquisita, lá dos nórdicos, que por cá também veio parar, neste mês de Maio, do ano da graça de 2010, rumamos agora a grande velocidade para a bênção papal com bandeirinhas brancas e direito a folga para ir abanar o traseiro para o shopping,...
Na ressaca, campeões e universitários parece que vão pedir folga - à folga para ver o Papa.
Nestes dias de milagres, de capa preta ao princípio da noite, chuva de shots a arrepiar a espinha por entre a madrugada desenfreada, qual simplex , anula-se o traje, lingerie é para usar por fora, jovem que é jovem é resistente ao frio, quentes por dentro e por fora não há pêlo que trema, boca que não despeje, e siga a marinha: corpinho danone na calçada que a vida são dois dias...
Os menos dotados à aprendizagem para a vida, ao nascer do dia, divertem-se, ainda pequeninos, a tocar as campainhas nos prédios, porque o que importa é retardar até estourar (eles), e os outros chatear.
Festa rija em Portugal, enquanto aprovam a vinda do TGV que afinal vai ficar pelo Poceirão, pois a cheta não dá para chegar a Lisboa.
Deixa-os gritar: “ e quem não salta não é campeão ..”; deixa os estudantes dar o corpo ao manifesto: “são novos, não pensam ..” ; deixa andar, que estão distraídos!
Entretanto, prepara-se o corte ao 13.º mês e avisa-se que irão mesmo tornar a aumentar os impostos.
O Jesus, o treinador, já fez o milagre do ano embora conste que os milagres estão caros;
um ex-ministro das finanças, disse que a receita para resolver os problemas do país era:
ter fé!;
a nuvem de cinzas, essa, teima em nos deixar mas o Papa, parece, vai poder viajar para Portugal.
As previsões meteorológicas dizem que a 13 de Maio vai estar sol.
Para um tipo de 50 anos, do Sporting, em poupança de fígado e pobre em fé - não daquela que ainda lhe importa - que não vai ver o Papa e é alérgico a shoppings, a tolerância de ponto só poderá dar para dormir e esquecer.
15 março 2010
Há dias assim...
Por : Alfredo Pinto Coelho
O sol brilha mais, os nossos olhos irradiam a luz da esperança, a voz, mais alta, para quem nos quer ouvir, diz : Não !
Passado, presente e futuro.
Memória, ideal, objectivo.
13 de Março de 2010, dia de concentração de vontades, dia de união, dia de apelo à razão - com emoção, dia de contentamento, dia de liberdade , dia para dizer :Não!
Há dias em que os lobos gritam porque não têm asas para voar, em que os peixes perguntam : e depois, como vamos atravessar esses muros de betão?, as videiras reclamam porque não sabem nadar, homens perguntam se 1,6 % de energia é assim tanto para ainda mais quererem afogar? ...
Gente das águas bravas, com canoas a rodopiar gritam : deixem-nos navegar...
Há dias de solidariedade, em que o “Rio é nosso e daqueles que vieram manifestar-se ao nosso lado..” António Aires, blogue Força Fridão;
Há dias em que o Rio dança. para nos lembrar que é na dança dos rios que há vida;
Há dias assim e o povo sai à rua: movimentos cívicos pelo Tâmega, a Quercus, a Coagret, a LPN, a associação Campo Aberto, alguns presidentes de juntas de freguesia, ambientalistas, O Bloco de Esquerda e os Verdes, cidadãos republicanos, monárquicos, da esquerda, da direita, do centro e do que eles quiserem mais...
Há dias em que o “ o grito determina... “ grande Marco Gomes – blog o Remisso;
Há dias T , de Tâmega, “ em que se penduram as razões e os lamentos..” grande Vitor Pimenta, blog Mal Maior;
Há dias em que o rio se transforma e dá voz ao poeta - Mestre Zé Maravilha :
“ Eu sou o Rio
Há dias de livros, que depois de nascidos vão direitinhos para a eternidade - “corre-me um rio no peito” - de Jales de Oliveira;
Há dias de saudade, de homenagem e de revolta e todos somos o H o 2 e o O da água do Tâmega - “ o poeta morreu..” grande, grande, compadre Jales de Oliveira ;
Há dias de festa rija !
Há dias de viver, amar e agradecer a poesia ;
“Lágrima,
Há dias que são 13 de Março de 2010.
Há dias em que somos livres e podemos gritar : Viva a liberdade !
Há dias em que, com emoção, se pode gritar bem alto, pela razão !
Por um Tâmega livre, sempre!
Eu sou o ser que canta em pleno leito
e vos sussura as mensagens d`aventura,
Em mim vai um povo, meu eleito,
Nos caudais, até ao mar da desventura.”
Há dias de agradecer a Deus , pelo filhos que nos deu:
Ah! Grande Zé,
Ah! Grande Alfredo:
Este rio não é um rio,
Este rio é um fio de luz....
Uma lágrima sentida,
Uma lágrima vertida,
uma lágrima caída...”
03 fevereiro 2010
Os tempos que correm .... ( versão gastronómica)
Por : Alfredo Pinto Coelho
Ando preocupado com aquela conversa tida num restaurante, de um hotel, pelos vistos muito bem frequentado, onde estava aquela “gaja boa” que aparece na televisão. Afinal de contas, onde fica esse restaurante tão badalado?
Bom! - outras pessoas, mais insignificantes, também por lá estavam...mas isso, tanto me importa!
Afinal, o que o Sócrates diz ou disse, não vai mesmo valer de nada; o que o Crespo sentiu na pele, afinal está na ordem do dia; se os compinchas do “chefe” lá estavam, estou-me a marimbar para coisas menores...o que me importa mesmo, é saber qual a comidinha que a gaja boa comeu. Até porque, se ela lá vai, eu, quando juntar dinheirinho e for à capital, quero lá ir também, para sentir o “glamour” e o cheiro de gente importante. Espero, é poder comer bem e pagar pouco. Terei essa sorte?
15 janeiro 2010
Os tempos que correm... ( versão rápida, à velocidade do TGV)
Por: Alfredo Pinto Coelho
Depois do “Jamais”, agora o seu sucessor e detentor da pasta das Obras Públicas, falando das mais valias para o turismo que o TGV trará, aponta-nos a luz ao fundo do túnel e, com declarações que revolucionarão o turismo em Lisboa encontrou, suponho, a forma de salvar a capital, e por conseguinte Portugal, da banca rota . Segundo ele, Lisboa será a praia de Madrid.
Depois de muito reflectir, porque ao ler não atingi a ideia, acho que já percebo a coisa : com o TGV a chegar diariamente a Lisboa, repleto de hermanos banhistas (vestidinhos com bermudas vermelhas e amarelas da cor da bandeira), imbuídos numa de prainha, encherão a linha - do Cais do Sodré ao Guincho -, a apanhar sol do bom e a consumir umas bejecas e uns caracóis como só nós sabemos fazer. Dispondo de um transporte rápido, regressam por volta das 18 horas, ainda a tempo de tomarem um copo e uma tapa, na plaza mayor, antes de, queimadinhos do nosso sol, se aconchegarem ao som do Júlio Iglésias.
Também para os nossos hermanos mais desportistas, o TGV de Madrid a Lisboa vai ser uma maravilha pois poderão, segundo ele, e dadas “as nossas condições para desportos novos como o surf”, ( e agora deduzo eu ) poderem embarcar no tal super-rápido para a capital de Portugal regressando depois, alegremente, só que um pouco mais tarde, por volta das 20 horas.
Claro que os nossos hermanos “da crista da onda”, já não vão a tempo, como os outros, do copo e da tapa na plaza mayor, mas a vida é assim mesmo: quem quer vida saudável não tem tempo para alegrar o fígado ... Assim, está bem! Até a mim já me apetece ir à praia de TGV !
09 janeiro 2010
Os tempos que correm...( versão colorida)
Por: Alfredo Pinto Coelho
Agora, que não se fala doutra coisa, que não seja do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da disciplina de voto imposta pelo Sócrates, da necessidade de aprovação do orçamento de Estado e do discurso do Cavaco de final de ano, apetece-me, confesso, ver a vida mais colorida. È que estas coisas de ser (ou tentar parecer) sempre, que somos gente muito séria, muito preocupada e sempre, sempre, com opinião formada sobre tudo, cansa !
Portanto, para desanuviar, “os tempos que correm” também nos trazem notícias mais despreocupadas, mais soltas, diria, mais coloridas.
Grande notícia, confesso, e que se arrisca a ganhar o 1.º lugar do ranking das coisas boas para homens, é esta:
Maryse Vaillant, psicóloga francesa e autora do livro - Les Hommes, Làmour, La Fidélité, - concluiu, e após ter levado 10 anos a estudar o assunto ( supra e em francês), que os homens praticam o adultério por uma questão de identidade e que precisam dessa liberdade para não sufocarem ( revista Visão, n.º 879 de 7 a 13 de Janeiro / 10).
Mais brilhante mesmo, é que a autora ainda refere, em jeito de “ cereja em cima do bolo” que as mulheres não deveriam sofrer tanto por os parceiros as “enganarem” e que tal facto deveria mesmo ser, para as mulheres, também libertador - para elas saberem que o amor que eles lhes devotam não está, nesse acto, em causa. Melhor ainda , é que, no seu livro anterior ( Como as Mulheres Amam), ela explica que no caso delas ( mulheres), elas concentram-se, sobretudo, em construir e sustentar o crescimento dos seus homens.
Pois claro!...
Brilhante!, digo eu.
E porque mais cor é precisa, nesta vida ( cinzenta) de crise, aprendi, ao ler um artigo - Figura Sushi no feminino - também da revista Visão, da mesma data, que no Japão, suponho que os japoneses, não aceitam que as mulheres cozinhem peixe cru ( confeccionem Sushi) porque a teoria em vigor é que as mãos das mulheres são mais quentes que as dos homens.
Claro que se está sempre a aprender e que de uma só vez aprendi duas coisas: que o Sushi (então isto, afinal não é peixe cru ? ) se cozinha e que as mãos das mulheres são mais quentes.
Também digno de registo é ter ouvido uma locutora da televisão explicar que investigadores conceituados afirmam que o “ ponto G”, essa zona erógena tão procurada pelos espécimes do meu sexo, não passa de uma fantasia, sem confirmação científica. Fico mais sossegado !, digo eu.
Para terminar em apoteose, Francisco Van Zeller, presidente da CIP, in Diário Económico diz: “ Não consigo imaginar-me a viver com 450 € por mês”.
Pois !...
30 outubro 2009
The dark side of the democracia ( made in Portugal)
O caminho já percorrido (e repetido) tantas vezes por ilustres políticos deste país com o sais do governo, ou de altos cargos partidários, e entras para gestor - da banca ou empresas públicas - está manchado de exemplos obscuros que competem, fortemente, com outros lados escuros da nossa democracia.
Cada vez mais e com mais frequência, aquela coisa que os políticos deste país tanto gostam de fazer, que é “ reformarem-se da política” e ir acabar de encher os seus próprios cofres para as instituições “ mais ricas” deste Portugal dá, frequentemente, em tráfico de influências, em negócios pouco claros, em prejuízo para os contribuintes, em casos por explicar...
Tantas preocupações com o RSI e como toda a gente sabe, à excepção daqueles que não lhes convém reconhecer, o drama deste país não está no dinheiro gasto com quem precisa ( salvo excepções, como é próprio da regra ), mas antes com aquele que é gasto com quem dele menos precisa.
Pouca gente se preocupa com as reformas chorudas que alguns políticos obtêm após estágio intermédio ou de final de percurso político, em organismos públicos e similares, por lá terem trabalhado alguns meses ou poucos anos.
Tanta preocupação com o ladrão da esquina ( que não é de somenos importância num país que se pretende seguro) mas parece ninguém se importar por, efectivamente, combater e punir os criminosos de colarinho branco.
Tantos casos de corrupção ao mais alto nível e tão poucas as penas conhecidas.
Tanta preocupação, estudos e dúvidas sobre as razões que promovem a abstenção dos portugueses nas eleições, e a resposta tão perto de todos nós : a insatisfação com o funcionamento da democracia é generalizada.
Ninguém aceita que um qualquer árbitro da 5.ª liga seja visto a tomar café com uns dirigentes de um qualquer clube de bairro pois, “ aqui-del-rei”, que é corrupção e são todos uns gatunos e uns corruptos. E, no entanto, parece que ninguém se inconforma, efectivamente, com a “ naturalização da corrupção” ao alto nível da nossa sociedade.
Está visto.
O povo é sereno ! e continua a cantar : “ estou na lua, não me chateiem que eu agora estou na lua”.
Escrito por Alfredo Pinto Coelho.