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30 dezembro 2009

Killing me softly

O jornal «Ecos de Basto» tem como notícia de capa uma entrevista com um administrador da EDP. Interessante a entrevista, com perguntas bem colocadas e com respostas, como não poderia de ser, bem calculadas. O título da entrevista é sintomático: «Barragem de Fridão apresenta-se como oportunidade de desenvolvimento». Convém, relembrar, que todo o «desenvolvimento» que uma barragem poderá trazer (com efeitos prolongados) é quase nulo. Isto é, por si só, uma barragem (empreendimento físico) não trará qualquer desenvolvimento para a terra que a acolhe. Contudo, o «desenvolvimento» é impulsionado com projectos à parte da construção da barragem. Estes mesmos projectos (de índole turística) seriam grandemente valorizados se fossem implementados sem a construção da barragem e sem a implosão do ecossistema do Tâmega.

É assim, o conjunto de governantes e políticos (e a população, para bem da verdade) só pensam (ou exigem) projectos e promessas de desenvolvimento em troca de algo que não se troca. Estamos na iminência de vender o Tâmega por meia dúzia de tostões, falsas promessas e com o aval dos políticos e governantes locais como, também, da desinformada e desinteressada população.

Sobre o resto gostaria de frisar que este jornal nunca expôs, nem uma linha, os contras dos empreendimentos destinados a arruinar o Tâmega. E foi notificado para tal mas, tal como as notícias do desagrado e incómodas, ficam relegadas às reuniões de direcção e para escárnio interno. Sem dúvida, um jornalismo de causas.

13 maio 2009

Vergonha

«O Ministério do Ambiente emitiu uma Declaração de Impacto Ambiental "favorável condicionada" à construção da barragem de Foz Tua, definindo a cota mínima de 170 metros e um estudo de uma linha ferroviária alternativa à actual que será parcialmente inundada» in [Esquerda.net]

É apenas um exemplo de como os negócios se sobrepõem ao interesse público e à salvaguarda ambiental. Recordo-me, num debate em Cabeceiras de Basto o que disse um dos dirigentes da EDP: «(...)a barragem do Tua é de elevado interesse para a EDP. É considerada, até, como a Mãe das barragens(...)».

Tal relação parental não deveria nem poderia ser contrariada. De nada vale o bom senso quando a «lei» do negócio impera.

20 fevereiro 2009

O lado menos claro da energia

Deixo aqui um texto, escrito por António Maria, sobre a "sombra" que paira sobre a energia em Portugal, de indispensável leitura:

«Outro objectivo não declarado da EDP do cínico Mexia (um imbecil chapado) é a apropriação privada dum bem comum: a água! Ou seja, os piratas da EDP e da Iberdrola pretendem pura e simplesmente tomar conta de duas verdadeiras minas de ouro situadas nas duas principais bacias hidrográficas nacionais: a água e a energia eléctrica.»

17-02-2009 (Sol) — O presidente da EDP, António Mexia, questionou hoje o interesse de uma alternativa ferroviária à linha do Tua por entender que, com a construção da barragem, a ferrovia perde o seu principal atractivo que é a paisagem.

O que este Mexia cínico não diz a ninguém é que o plano de barragens em curso, que o expedito Pepe rápido da Freeport despachará à velocidade da luz, perante a hesitação de Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva, serve apenas para encobrir o fracasso das eólicas, cujo rendimento energético é um verdadeiro flop!

Quando os americanos e a Merrill Lynch souberem da marosca, lá se vai o optimismo caseiro fabricado pela EDP (1).

A variabilidade e inconstância dos ventos, subavaliadas nos estudos aldrabados que justificaram os vultuosos investimentos na energia eólica portuguesa, não permitem atingir a produção energética prometida aos investidores e ao país. Para compensar há então que construir num instantinho (para isso serve o Pepe rápido da Freeport) 11 novas barragens, já que a capacidade de compensação das centrais hidroeléctricas existentes é insuficiente para atingir a quantidade de mega Watts prometida e esperada. Se fossem substituídas as turbinas envelhecidas das actuais centrais hidroeléctricas por turbinas mais eficientes, haveria compensação, mas ao que parece insuficiente, e sobretudo longe dos parques eólicos construídos e em construção.

Trata-se pois de fazer barragens para enganar os accionistas da EDP, e para vender energia a preços leoninos —i.e. de cartel— aos incautos portugueses.

Sabiam os portugueses que a energia que consomem à noite é de origem nuclear, vem de França, e é vendida a Portugal ao preço da chuva, quer dizer, abaixo do preço de custo? Paga-se, porém, esta energia nocturna a preços comparativamente elevados face ao que realmente custa, engordando ilegitimamente as margens de comercialização dum bem essencial que, como tal, deveria ter preços regulados, em vez da corrupta fantochada de livre concorrência que os neoliberais de Bruxelas (a começar por Durão Barroso) andaram a impingir à Europa nas últimas duas décadas.

A falência óbvia da União Europeia face à China e à generalidade dos países emergentes, onde os recursos energéticos, naturais e financeiros estão obviamente nacionalizados, deve servir-nos de lição. E sobretudo deve servir para travarmos colectivamente a inércia especulativa que persiste nas entranhas da tríade de piratas neoliberais que tomou conta do PS (representado pelo cada vez mais insuportável Pinóquio de Freeport), exigindo a renacionalização dos principais recursos naturais, energéticos e financeiros estratégicos do país.

As minas de ouro que são as bacias do Douro e do Tejo, i.e. os rios que dão água e energia eléctrica a mais de 80% das grandes cidades-região de Lisboa e Porto, não podem estar na mão de especuladores, nem à mercê duma qualquer falência que possa comprometer a independência nacional em matéria de água e energia eléctrica.

Não é um qualquer Mexia de trazer por casa que pode atemorizar uma Secretária de Estado, e muito menos a democracia!

Outro objectivo não declarado da EDP do cínico Mexia (um imbecil chapado) é a apropriação privada dum bem comum: a água! Ou seja, os piratas da EDP e da Iberdrola pretendem pura e simplesmente tomar conta de duas verdadeiras minas de ouro situadas nas duas principais bacias hidrográficas nacionais: a água e a energia eléctrica.

Muito mais do que pelo assassínio de paisagens, que alegremente estão dispostos a cometer, esta gentalha tem que ser posta no sítio pelo perigo que representa para a independência e autonomia nacionais. A sua lógica de submissão canina à falida globalização neoliberal é de facto uma ameaça que deve ser debelada quanto antes.

Que José Freeport se passeie de braço dado com os ex-ministros portugueses ao serviço das privatizadas Iberdrola e EDP (2) é toda uma lição de promiscuidade entre a política e os negócios, de reiteração de um modelo neoliberal ultrapassado que tem quer rapidamente revisto, e mesmo de traição pura e simples aos óbvios interesses portugueses no que se refere ao absoluto controlo das nossas principais reservas estratégicas: água, energia, território e mar.

NOTAS

1. 17-02-2009 (Económico) "A energética liderada por Ana Maria Fernandes (na foto) é a acção preferida do Merrill Lynch para o sector das Renováveis."

"Na opinião dos analistas do banco norte-americano, a acção da quarta maior eólica do mundo está "a ser castigada por um ‘outlook' incerto relativamente ao investimento", sendo que o Merrill Lynch espera que a administração clarifique a situação na apresentação dos resultados, marcada para 26 de Fevereiro."

2. Hoje de manhã José Sócrates andou de braço dado com o presidente da EDP —o dito Mexia, ex-boy do PSD— arengando que a nova barragem (que destruirá o rio Sabor) é uma oportunidade de emprego e de progresso para o país. Acontece que a EDP, hoje uma empresa privada, está envolvida em três processos judiciais sobre a legitimidade de prosseguir com a barragem que destruirá, para nada, uma paisagem única e habitats protegidos por lei. Manda a lei e a decência que o primeiro ministro se mantivesse equidistante dos contendores, neste caso, a EDP e a Liga de Protecção da Natureza. Mas não, o homem por detrás do primeiro ministro é um facilitador nato. Está-se nas tintas para a lei e para a decência. E o resultado é este: andar de braço dado com o pirata-mor da EDP. Como amanhã andará de braço dado com o pirata-mor e traidor Pina Moura —lacaio da Ibertrola. Uma desgraça que merece, cada vez mais, uma inadiável revolta de cidadania.

15 junho 2008

[Só neste País e noutros como tal] A Entidade Reguladora assessora da EDP ?

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), criada para "regular" o mercado do sector energético em Portugal, goza de pouco trabalho estatuário, devido ao existente monopólio deste sector em Portugal, por isso remete o seu trabalho efectivo para fora das suas competências, nomeadamente, prestar assessoria à eléctrica portuguesa (EDP).

Esta mesma entidade reguladora, que num acto de assessoria, quis aumentar a electricidade em cerca de 15,7 por cento no ano de 2007, valendo-nos a intervenção do Estado para conter o desvario da Entidade. Neste mesmo ano, a mesma entidade reguladora, num outro acto de assessoria e o consequente prejuízo para o cliente e contribuinte, propôs ao Governo que seja o consumidor a suportar o custo da substituição dos actuais contadores de electricidade por contadores com telecontagem.

Neste sector, o da Energia, pagamos a electricidade a cerca de 18 por cento mais cara do que em Espanha e considerada a quarta tarifa mais cara da Europa, onde a desculpa da produção de energia serve para constantes e significativos aumentos, o embuste na facturação onde na nossa factura de electricidade metade do total do valor a pagar é constituído por taxas disfarçadas de impostos e tudo isto deveria ser averiguado pela entidade reguladora mas não, possuímos uma entidade reguladora do sector que mais aparenta ser uma sucursal da EDP de que uma entidade independente.

Isto foi apenas uma contextualização sobre esta entidade, para introduzir a mais recente medida de assessoria (disfarçada de proposta) da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, aos consumidores portugueses. A entidade propôs que os custos com as dívidas incobráveis da electricidade vão passar a ser pagos por todos os consumidores.

Uma excelente situação para a entidade que deve regular a entidade reguladora, intervir e quebrar estas acções de assessoria que prejudicam o consumidor e maculam o papel das entidades reguladoras, que são essenciais para um bom funcionamento do mercado, partindo do princípio que são entidades imparciais e independentes daquilo que regulam. Como é óbvio, não é o caso da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).